Nos dias atuais a arte-educação deixa muito a desejar. Segundo uma pesquisa desenvolvida por Heloísa Ferraz e Idméa Siqueira, mostra que grande parte dos arte-educadores ainda trabalham com folhas de colorir, desenho geométrico, variação de técnicas e reprodução de desenho; suas fontes de ensino ainda são os velhos livros didáticos, que mudam apenas a aparência ao longo dos anos.
Os alunos não valorizam o ensino de artes porque a disciplina é vista apenas como uma atividade complementar, não há uma cobrança. As notas obtidas nessa disciplina não são consideradas. Até mesmo a carga horária do ensino de artes é inferior a outras disciplinas.
O ensino de arte nas escolas deveria promover a criatividade, reflexão, senso crítico, espontaneidade, originalidade. Mas não é bem isso que vem acontecendo.
Segundo Barbosa (1994), o ensino da arte deve seguir, o que ela chama de metodologia triangular, que é composta pela história da Arte, pela leitura da obra de arte e pelo fazer artístico, ou seja, a pessoa que aprende arte, deve saber, não apenas fazer algo, mas também saber de onde que veio aquilo que ele está fazendo, o que levou aquelas pessoas a fazerem aquela obra, para assim, fazerem a leitura da obra, podendo perceber a mensagem que o artista quis passar através da sua obra. Além disso, ao criarem suas obras artísticas, poderão criar algo que transmita uma mensagem dando sentido à arte.
Essa abordagem crítica, quase filosófica refletirá não só nas artes mas também na sociedade, formando cidadãos que questionam, pensam, dialogam e não apenas meros receptores. As linguagens artísticas em geral, contribuem para a formação de cidadãos críticos e conscientes daquilo que fazem.
Penso que como futuros arte-educadores devemos nos esforçar para romper com esse estigma. O ensino da arte deve promover a reflexão, criação, imaginação e senso crítico. Não pode ser fragmentado, descontextualizado. Dever ser proposto de maneira significativa para aluno. Uma ótima ferramenta pedagógica para tornar o ensino significativo é trabalhar através de projetos, de maneira transdisciplinar. Estabelecer conexões entre diversas áreas do conhecimento nos leva à a reflexão e assimilação.
Devemos oferecer diversidade de matérias, objetos e imagens, para que o aluno tenha subsídios para criar. Se nada é oferecido, nada é criado.
Como futuros arte-educadores, é de extrema importância que conheçamos bem a maneira com que os alunos se relacionam, pensam e aprendem, para que assim possamos oferecer boas oportunidades de aprendizagem. Lembrando que se tratando de pessoas não existem fórmulas exatas.
Considerar cada aluno como indivíduo único, considerar sua fase de desenvolvimento, suas necessidades e o contexto social em que está inserido é fundamental para o ensino/aprendizagem, pois devemos ter em mente que alunos não são apenas “cabecinhas pensantes” são pessoas únicas em processo de transformação e construção de sua identidade. Devemos também estabelecer em sala de aula o diálogo, pois este leva o indivíduo a ter capacidade crítica, tolerância e a ser autocorretivo.
Referências
ALMEIDA, Inês Maria, Transdisciplinaridade.
BARBOSA, Ana Mae, Arte-educação no Brasil, Realidade hoje e expectativas futuras.
SANTOS, Nilson, O diálogo e a educação.
*Textos estudados na disciplina Teoria da Educação.
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